TURISMO, NA NÁUTICA, É A CENOURA DO DESENVOLVIMENTO


Sob a coordenação do Fórum Náutico Paulista, o Estado de São Paulo está elaborando o primeiro Plano Estadual de Desenvolvimento Náutico do Brasil.


Desde que o FNP, criado em 2014, só depois que passou a interagir, na gestão de Vinicus Lummertz, e depois integrar a Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de SP, com o apoio do Secretário Roberto de Lucena, as atividades náuticas no Estado ganharam repercussão e ritmo.


Licitadas no ano passado, por exemplo, estão para ser entregues estruturas náuticas em 13 cidades do interior paulista (piers, flutuantes e rampas), uma demanda antiga do setor. Está também sendo estudada a atualização da legislação ambiental para instalação de marinas. A câmara temática de Indústria Náutica, articulou com estaleiros e fornecedores para lançar, ainda este ano, o produto “Meu Primeiro Barco”, disponível também na versão a vela, que promete custar o preço de um carro popular e ter linhas de financiamento pela Desenvolve SP. Na área de qualificação, a parceria com a FATEC-JAHU, já possibilitou a implantação de três novos cursos e promete outros três para 2024, incluindo uma pós-graduação em projetos. Também um guia de navegação da hidrovia Tietê-Paraná foi lançado e disponibilizado para download no site www.forumnautico.com.br recentemente.


Outras ações, como a redução do ICMS para o setor, votada na ALESP no final do ano passado e sancionada pelo Governador Tarcísio no começo deste ano, com a finalidade de acompanhar Santa Catarina e Rio de Janeiro, criando empregos aqui, teve a articulação do FNP.


Gráfico

Apesar de tantas entregas, não faltam gargalos para alcançarmos o turismo náutico que todos desejamos para SP. Se no turismo em geral, infraestrutura e ambiente de negócios é essencial para o desenvolvimento de qualquer segmento, no turismo náutico há um passo além. Isso porque as nossas águas, diferente do território terrestre, tiveram até hoje pouco uso comercial e, portanto, as legislações e políticas públicas vigentes no que as tangem, são voltadas para navios cargueiros, portos e, quando muito, transportes aquaviários de grande porte, como navios de cruzeiro.


O charter, o mergulho autônomo, os esportes a remo e vela, os passeios de lancha nunca foram entendidos pelos orgãos regentes como essenciais ao desenvolvimento econômico do país e, portanto, nunca houve um olhar para seu fomento específico.


O destaque especial, nessa lista, fica para o “velejar”. Atividade essencial para o desenvolvimento do mundo que conhecemos e esporte onde o Brasil acumula mais medalhas olímpicas, teve um único programa de fomento, há 20 anos atrás, quando Lars Grael foi Secretário Estadual de Esportes.


A parte boa de estarmos puxando através do turismo esse desenvolvimento náutico do estado é que teremos que cutucar e curar todas as feridas para poder exercer a atividade e mensurar resultados depois, quer dizer, o turismo é a cenourinha que vislumbramos para mudar uma cultura de subdesenvolvimento naútico e subaproveitamento das águas paulistas.

Bianca Colepicolo

Autor: Bianca Colepicolo

Coordenadora de Turismo do Fórum Náutico Paulista, Chefe de Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico, autora do "Turismo Pra Quê" e coordenadora do setorial de Turismo do Livres. Gestora Pública com 10 anos de experiência, Mestre em Comunicação...

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