Como se divertir viajando sozinha


Mariana Bueno na praia

Ter que se virar sozinha em um lugar diferente e aprender a ter prazer com a própria companhia faz a gente repensar muitas coisas, entender o que é ou não prioridade e até saber do que realmente a gente gosta ou não gosta, o que a gente quer ou não quer, o que é essencialmente nosso ou o que fomos condicionadas a pensar. O que de fato te diverte?


Depois que comecei a viajar sozinha e a escrever sobre viajar sozinha, fui percebendo cada vez mais o quanto é importante a gente saber aproveitar a própria companhia e se divertir sem precisar de mais ninguém – viajando ou não.


Tem uma frase, dita de mãe para filha na série Girl Boss, que me fez pensar muito: “Na vida, a única pessoa que pode fazer você feliz é você mesma”. E, a partir disso, comecei a usar a hashtag #SouMinhaMelhorCompanhia em algumas publicações, para falar de momentos em que podemos estar bem e completas mesmo sem ter quem nos acompanhe.


É algo que a gente precisa praticar no dia a dia, como parte do nosso processo de autoconhecimento. Porque a gente é acostumada desde sempre a achar que só dá para se divertir acompanhada, né? E aí é quase natural que, mesmo viajando sozinha, haja esse foco em conhecer gente.


Muitos inclusive falam que estar sozinho facilita ao fazer amigos, o que em certo ponto até pode ser verdade. Quando a gente viaja acompanhada acaba ficando mais fechada com aquela(s) pessoa(s). E, quando não tem ninguém, a gente acaba se abrindo mais. Só que não existe uma regra, nem sempre vai acontecer e não tem nenhum problema nisso, ninguém precisa ficar se sentindo mal por não ser a pessoa descolada que conhece gente do mundo todo. É só você aprender a curtir a melhor companhia que existe: a sua! Tenho até um texto que publiquei no meu blog, Mariana Viaja, com o título “Como fazer amizades viajando sozinha – ou como sobreviver sem isso”.


Uma coisa que faço bastante é me informar no hotel (ou até antes, pesquisando na Internet) sobre agências locais que fazem city tours, bate e volta para cidades próximas, walking tours... Assim não fico sozinha nos passeios, o que é também uma opção mais segura. Esses passeios em grupo são ótimos para puxar assunto com outros turistas, perguntar de onde são, o que estão achando da viagem, se já foram a outros lugares, pedir indicações... Como também estão viajando, sempre vai ter assunto.


Já à noite, se você for sair para lanchar ou jantar, meu conselho é não se intimidar por estar sozinha na mesa do restaurante (ou disfarce mexendo no celular). Eu sei que não é simples, talvez tenha sido a parte que eu mais demorei a conseguir. Caso não se sinta à vontade, procure um shopping, pois sempre há muita gente na praça de alimentação.


E gosto sempre de levar na mala coisas para se distrair caso não tenha ninguém para conversar. Pode ser um livro, uma playlist, um bloco de anotações, qualquer coisa que te ajude a se distrair.


Foi assim que eu fui a muitos lugares. Conheci muita gente. Senti vontade de conhecer tantas outras. Provei muitas comidas. Tirei muitas fotos. Escrevi muitos textos. Me diverti. Não me diverti. Chorei escondido às vezes. E até em público. Aprendi.


Esse é o principal conselho: aprender. Aprender a estar com você mesma, aprender com cada experiência. Muitas vezes projetamos nos outros a nossa diversão e achamos que só vai ser bom se tiver mais gente, mas a vida pode sempre nos surpreender!


fab

Autor: Mariana Bueno

jornalista e escritora, mineira, moradora do litoral norte de SP, capricorniana, cruzeirense e feminista. É criadora do blog "Mariana Viaja" e autora do livro...


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** Todo artigo em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados, não reflete necessariamente a opinião do programa São Paulo Mais Perto.


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