A importância da coerência entre texto e imagens na divulgação do turismo.
Um dos motivos do Instagram TikTok e redes sociais fazerem tanto sucesso, é que somos atraídos por imagens. As fotos e vídeos podem nos despertar desejos e emoções.
Isso é válido para todas as áreas, mas é particularmente importante no turismo. Quem nunca foi seduzido por uma foto de uma linda cachoeira, ou passou a desejar um destino depois de ver aquele mar azul em um vídeo na internet?
O problema é quando estas imagens vêm acompanhadas de letrinhas que contradizem aquilo que estamos vendo nas imagens, e nosso cérebro tende a prestar mais atenção nas imagens, afinal elas são coloridas, bonitas, e nos despertam sensações. Muito mais do que as letrinhas, certo?
Não vamos falar sobre uso de filtros ou edições de imagens, isso é outra discussão. Mas vamos avaliar o quanto isso é importante quando falamos sobre turismo pet friendly.
Como profissional do turismo pet friendly sempre avalio minuciosamente todas as regras da política pet friendly antes de fechar uma reserva, mas como mãe de quatro doguinhos, confesso que as imagens sempre me atraem, e muitas vezes me enganam. É comum encontrarmos situações em que as imagens de destinos pet friendly parecem promissoras, mas as regras escondidas nas entrelinhas não estão alinhadas com o que é mostrado.
Já vi alguns estabelecimentos (vários pra ser honesta), que contratam pet influencers para divulgações, mas que se esquecem de avaliar se é coerente com suas regras. Inúmeras vezes vi cães de grande porte nas divulgações de hotéis onde a regra é de aceitar apenas cães menores. Um exemplo clássico é ter um golden influencer e aceitar apenas cães de até 10kg.
Muitas vezes vemos imagens de cães soltos correndo, e às vezes até nadando na piscina, mas quando chegamos ao local não há nenhum espaço onde possam ficar soltos, e tirar a guia significa cometer uma infração contra a política do local.
É fundamental analisarmos toda jornada do cliente, desde o primeiro contato, lá no topo do funil, até o momento do check-out e após, e estes detalhes que podem parecer pequenos, fazem muita diferença na experiência deste cliente. A experiência do cliente com o destino não começa na chegada, tampouco na reserva. A experiência do cliente começa quando ele descobre o destino, passa a pesquisar sobre ele, acessa o site, olha as fotos no Instagram e muitas vezes toma a decisão antes mesmo de entrar em contato com a equipe de reservas. O topo de funil começa ali em uma simples foto ou um vídeo.
Ah, mas está escrito nas regras e a pessoa precisa ler. Claro! Concordo que todo mundo precisa ler cuidadosamente todas as regras, e claro, respeitá-las. No entanto, a importância de alinhar a comunicação visual, tanto no site como nas redes sociais, com as regras e protocolos do estabelecimento não pode ser subestimada.
Entendo que isso geralmente não é feito de má fé, mas sim devido à falta de orientação ou atenção aos detalhes. No mundo do turismo pet friendly, onde os viajantes de quatro patas são cada vez mais comuns, a coesão entre a experiência visual e as regras é um requisito fundamental.
Turismo não é hamburguer, não vale colocar em letrinhas miúdas no final do texto: "foto meramente ilustrativa", hein?