Autenticidade no Turismo


Muito tenho falado, seja em palestras e durante os atendimentos à empreendimentos turísticos, ou ainda em orientação para destinos turísticos, sobre a importância da autenticidade, em especial para o desenvolvimento de experiências turísticas.


Autenticidade substantivo feminino


  1. qualidade, condição ou caráter de autêntico.
  2. DIREITO propriedade daquilo a que se pode atribuir fé; legitimidade.

A palavra autenticidade, em seu significado, traz a ideia de legitimidade e da originalidade de algo. O turista busca essa originalidade. Busca aquilo que é inerente àquele lugar. O que nasceu ali. O que é, de fato, autêntico.


Essa veracidade - ou o contato com ela, a história, a memória, e todos os elementos dão esse caráter de autenticidade a uma experiência turística.


Num mundo de cópias (e muitas delas, bem malfeitas), uma experiência original e autêntica tende a fazer toda a diferença e quando falamos do turismo rural, isso se torna ainda mais necessário e indissociável. Em muitos destinos, determinadas características são comuns a muitos: todos produzem uvas, todos produzem vinhos, todos produzem leite, muitos fazem o mesmo tipo de artesanato, todos são descendentes de determinada nacionalidade. Ainda assim, é possível ser original e autêntico e, mais do que isso, ser criativo.


Mesmo com histórias e características parecidas, o toque de cada indivíduo pode ser o diferencial. Uma história contada, uma memória trazida à tona, uma herança gastronômica de família apresentada ao turista: tudo pode tornar a experiência original e incrível. E da maneira mais autêntica possível.


Essa reflexão serve para atrativos, produtos turísticos, eventos turísticos e todas as experiências que possam ser oferecidas ao turista – e serve também para destinos turísticos.


Mas isso significa que novos produtos não possam ser criados e que o turismo possa ser criativo?


De modo algum! Novos produtos também podem ter um toque de autenticidade, na medida que não se baseiem somente em criar cópias.


E essa reflexão, como dito anteriormente, deve ser condicional para os destinos turísticos. Quantas cidades, ao invés de valorizarem suas raízes, sua identidade, suas características (sejam elas culturais, históricas, geográficas, climáticas ou de tantas outras naturezas), tentam se construir a partir de cópias de outros destinos?


Ainda que existam características similares, a autenticidade precisa ser o carro chefe a ser utilizado na construção e estruturação do destino – seja no tocante a identidade turística ou ainda em atrativos a serem implementados. E, como sempre, esses princípios precisam estar explícitos e presentes no Plano Municipal de Turismo e na Política Pública de Turismo, garantindo que características inerentes ao destino sejam valorizadas e que sejam evitadas as cópias de outros destinos de sucesso, mas que, invariavelmente, se tornam cópias malfeitas e sem vínculo de identidade com determinada cidade ou região, fadadas a fracassarem.


Por que não aproveitar aquilo que temos de mais autêntico e converter em atrativo? É a autenticidade um dos principais diferenciais que vai garantir a intensificação do fluxo turístico seja para uma região, uma cidade ou um empreendimento turístico.


fab

Autor: Marcela Moro

Apaixonada pelo turismo, pelo turismo rural e por planejamento e políticas públicas de turismo, é turismóloga e mestre em comunicação e atua na área há 27 anos...


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** Todo artigo em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados, não reflete necessariamente a opinião do programa São Paulo Mais Perto.


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